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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Soja Transgênica ocupa 70% da Área do Paraná




Levantamento revela que soja geneticamente modificada terá produção de 9,2 milhões de toneladas nas regiões produtoras da cultura no Estado


Setenta por cento da soja que começa a ser cultivada no Paraná será geneticamente modificada. A informação foi apurada em estudo junto aos órgãos competentes, como Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná) e Seab (Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento). Conforme o diagnóstico, a soja transgênica será opção de plantio à maioria dos produtores rurais do Estado. A semente modificada vai ocupar 3 milhões do total de 4,3 milhões de hectares destinados ao plantio de soja na safra 2009/2010 no Paraná. O percentual foi confirmado em recente reunião da diretoria da Ocepar, na presença de André Dias, presidente da Monsanto no Brasil. Segundo ele, na última safra a soja transgênica já ocupou 65% da área no Paraná. O Oeste é tido como a região que mais cultiva transgênicos no Estado. A estimativa de produção de soja no Paraná é de 13,15 milhões, gerando aumento de 40% sobre a safra anterior. Desse total, a modificada deverá gerar produção de 9,2 milhões de toneladas. A meta de produção de grãos para a próxima safra no Estado é de 20,84 milhões de toneladas, volume 25% superior ao mesmo período do ano passado, quando a safra atingiu 16,54 milhões. Uma das principais preocupações para esta safra é com a praga conhecida como buva da soja, que começa a criar resistência dentro da modalidade transgênica. Um dos motivos para esse novo cenário é o uso excessivo do glifosato. O problema começou a ser identificado na região Norte do Estado e já deixa em alerta outras regiões. Com base em números apurados junto à Seab de Cascavel e Toledo, a semente transgênica vai ocupar 75% da área plantada com soja nessa safra de verão no
Oeste paranaense. No núcleo da Seab de Cascavel, responsável pela cobertura de 28 municípios, a estimativa de produção de soja para a safra 2009/2010 é de 1,63 milhão de toneladas, em uma área de 488.800 hectares. Na safra de verão anterior, a cultura ocupou, na regional, 453.050 hectares, totalizando 954.280 toneladas. Se as condições climáticas ideais para o desenvolvimento do grão forem mantidas, a safra deverá apresentar aumento de 72%. A elevação é atribuída à quebra na safra passada provocada pela estiagem. A expectativa é colher até 3.350 quilos por hectare na região da Seab em Cascavel. Na safra 2005/2006, a soja transgênica começava a despontar no Paraná, ocupando 20% do montante de toda a área plantada. Na ocasião, grande parte dos grãos era clandestina e apenas 15% tinham certificação.



A soja transgênica deu um salto substancial a partir da safra 2006/2007, com a liberação do plantio pelo Governo do Paraná. A área com a semente modificada passou a 56% do total. Na safra seguinte, o percentual recuou para 49%, devido aos resultados de produtividade pouco expressivos na anterior. Na mais recente, a soja transgênica já era realidade em 65% da área cultivada e para a safra 2010/2011 deve chegar a 70%. O zoneamento agrícola à soja no Paraná iniciou dia 1º. O escritório da Secretaria Estadual de Agricultura, em Toledo, responde por 20 municípios. De acordo com o agrônomo do Deral, Paulo Oliva, a soja transgênica nesses municípios representa 70% da produção estimada, que totaliza 1,4 milhão de toneladas, em uma área prevista de 452.770 hectares, gerando média de 3,1 mil quilos. Na safra passada de soja, a área foi de 441.700 hectares, sofrendo uma quebra na safra de 45.6%, consequência da estiagem. A safra naquela região atingiu 744.562 toneladas. Não fosse aseca, o montante seria de 1,3 milhão de toneladas.



Agricultor planta convencional por "costume"



Em todo início de safra de verão a história se repete. Há pelo menos 30 anos, o agricultor Marino Cervi, 70, destina 40 alqueires de sua propriedade em Linha Guavirá, interior de Santa Tereza do Oeste, ao plantio de soja convencional. “Não mudo por costume”, diz ele, ao ser questionado do motivo de não ter seguido a onda da transgenia. Mesmo estando longe da chamada zona de amortecimento, que impede o plantio de sementes transgênicas distante pelo menos 500 metros do Parque Nacional do Iguaçu, o agricultor prefere a soja normal. Porém, ele já admite fazer uma experiência com a nova oleaginosa na safra de verão de 2010/2011. A expectativa de colheita com a variedade Coodetec 202 é de 150 sacas por alqueire. A escolha pelo convencional também se deve à maior lucratividade, conforme o produtor. “O problema da soja transgênica é a cobrança dos royalties por parte das multinacionais, onerando o custo de produção”. As sacas com as sementes de soja convencional estão estocadas em um galpão na propriedade, aguardando o plantio, previsto para iniciar no dia 15 de setembro. Santa Tereza do Oeste enfrenta uma situação similar aos municípios margeados pelo Parque Nacional do Iguaçu. Uma lei do fim da década de 1990 criou uma área de amortecimento, impedindo os produtores de utilizar veneno e também sementes transgênicas em uma extensão de dez quilômetros. Entretanto, uma resolução de 2007 determinou a faixa de entorno de 500 metros, gerando polêmica.


Fonte: Jornal O Paraná - 04/10/2009

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