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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O agronegócio, o produtor e o consumidor


O agronegócio brasileiro está indo além da condição de maior gerador de empregos, renda e excedentes para a exportação entre todos os segmentos produtivos do País. Graças aos ganhos em produção e produtividade, elevou-se em 24% o poder aquisitivo dos consumidores nacionais, entre os anos de 1994 e 2006, ampliando ainda mais seus benefícios sociais.
Em outras palavras, ao produzir mais e melhor, o agricultor tornou os alimentos mais baratos na comparação com a evolução da renda do trabalhador e desta forma mais acessíveis à população. É o que demonstra estudo do professor Geraldo Barros, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz e coordenador científico do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP. A agropecuária, segundo ele, além dessa contribuição direta para a melhoria da qualidade de vida do brasileiro, ainda ofereceu mais de 300 bilhões de dólares em superávits da balança comercial, que elevaram as reservas do País. Graças a esse desempenho do agronegócio, portanto, o País pôde avançar no pagamento da dívida externa nos últimos anos e passar da condição de devedor para a de credor do FMI.
Entre 1975 a 2006, os estudos do professor Geraldo Barros mostram que os preços agropecuários caíram em média 60% para o consumidor, na medida em que a produtividade dobrou, elevando os efeitos positivos do aumento real dos salários. Em compensação, no mesmo período, a lucratividade média do produtor rural brasileiro diminuiu 20%, punindo aquele que mais tem contribuído para o crescimento econômico e estabilidade social do País. Esse fenômeno, por sinal, tem explicação. Comparando dados do IBGE, de 1995 e 2006, o especialista mostra que a perda de renda, apesar do bom desempenho do setor primário, se deve à quase ausência do Estado no cumprimento de seu papel de apoio à agropecuária.
A análise de informações de regiões mais carentes ainda denuncia índices elevados de analfabetismo entre os agricultores, além da falta de orientação técnica e de acesso ao crédito rural. Mesmo assim, o período foi de expressiva expansão do setor, tanto na produção de alimentos, como de fibras e energia.
A produção cresceu e, ao mesmo tempo, ocorreu queda significativa nos preços ao consumidor, como também se avançou no mercado externo, apesar do protecionismo dos países desenvolvidos, que tem prejudicado a lucratividade do agronegócio brasileiro.
Em contrapartida, houve redução de quase 7% na área dos estabelecimentos rurais, o que demonstra que a agropecuária nacional não está devastando a Amazônia e nem derrubando florestas nas demais regiões do País.
É injusto, portanto, que na contramão da produção, produtividade, preservação ambiental e acesso dos consumidores aos alimentos, esteja a renda do agricultor caindo, pois isso pode comprometer o futuro do setor. Tanto que em 2006, um ano considerado bom para a agropecuária, a renda do homem do campo foi 2% menor do que em 2005 e 12% inferior a 2004.
Esse resultado, segundo o professor Geraldo Barros, refletiu a redução de 15% nos investimentos
em insumos e tecnologia no campo, em relação a 2004, com conseqüências diretas na produção e ganhos do produtor. Conforme os dados do IBGE, a produção de soja de 2006, de 40,7 milhões de toneladas, foi 17,3% inferior à de 2004, de 49,2 milhões de toneladas.

Fonte: Jornal O Paraná

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