Blogger com o Intuito de levar aos Brasileiros, o ramo do Agronegócio e do Meio Ambiente no Oeste do Paraná.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Clima adia colheita

Agricultores voltam ao trabalho logo que o sol permite, mas se obrigam a parar após aguaceiros. Colheitadeiras ainda são raridade nas lavouras do Oeste, as mais adiantadas do PR

Campo Mourão - As colheitadeiras deveriam estar varrendo as plantações de soja milho, mas permanecem nos galpões ou embaixo de lonas. O clima chuvoso alterou a rotina da colheita de verão e mantém os produtores em alerta, à espera de qualquer brecha para voltar ao trabalho. Esse foi o cenário encontrado pela Expedição Safra Gazeta do Povo nas regiões Oeste e Centro-Oeste do Paraná, que têm as lavouras mais adiantas do estado. Em muitos casos, o atraso chega a três semanas.
O produtor Ari Marcolin, de Catanduvas (Oeste), só deve iniciar a colheita no final deste mês. Apesar disso, prevê produtividade acima da registrada na temporada 2009/10, também por causa do clima. Como a previsão era de seca, plantou mais sementes por hectare. E com a chuva extra, quase todas germinaram. A produção de soja tende a passar de 3,3 mil para 3,6 mil quilos por hectare, relata.
A superpopulação de soja cresceu mais que o normal, conta Marcolin, com 220 hectares dedicados à cultura na propriedade. “A lavoura acamou um pouco e podemos ter perdas. Vamos ver em que proporção na colheita.” Com lavoura de milho para 10 mil quilos por hectare – produtividade 40% acima da média estadual – ele torce para que o rendimento de 2010/11 se confirme. Os 130 hectares plantados com o cereal também esperam mais sol.
A colheita começou em áreas marginais e, na última semana, teve de ser interrompida, conta o agrônomo Rudimar Soares, que atende um grupo de produtores que planta 3,8 mil hectares no Oeste do estado, tudo com soja. Eles atuam em conjunto desde 1999 pelo Cooatol, um sistema de condomínio.
Houve frio imprevisto e isso atrasou o desenvolvimento da cultura, explica o agrônomo. As áreas que já estão prontas não podem ser colhidas porque vêm sendo molhadas por aguaceiros diários, relata o produtor Leandro Leonardi, integrante do Cooatol. Se esse quadro persistir, a produtividade pode cair de 3,9 mil quilos (2009/10) para 3,5 mil quilos por falta de luz e excesso de umidade, estima Soares. A pressa não está só relacionada à colheita, mas também ao plantio do milho de 2ª safra, que deve cobrir 2,7 mil hectares, área 12% maior que a de um ano atrás.
“O que preocupa é a frequência das chuvas”, afirma Gilberto Guarido, técnico da cooperativa Coamo, com sede em Campo Mourão (Centro-Oeste). Mesmo quando em volume pequeno, as precipitações não dão trégua. Isoladas ou não, acabam inviabilizando a colheita em de áreas extensas.
Num ano de La Niña, com previsão de seca para o Sul do país, as chuvas estão acima das registradas na temporada passada desde o início de 2011, mostra monitoramento da Embrapa Soja. Até dezembro, ficaram pouco abaixo das verificadas em 2010, ano de El Niño. “Em janeiro do ano passado, tivemos 216 milímetros. Neste ano, chegamos a 233 milímetros no mesmo período. E fevereiro promete ser assim também”, afirma Adeney Bueno, pesquisador da Embrapa. A medição foi feita na sede da instituição, em Londrina (Norte do estado).

Fonte: Gazeta do Povo, 15/02/2011.

Retomada das Postagens

Por um periodo de tempo não postei mais nada no blog em função de tempo, mais agora vou começar a divulgar novas matérias e reportagens, quem quiser mandar matérias para publicação favor enviar no email: rodrigo_sonda_lima@hotmail.com.

Entraves à reserva legal e à produção

Embate sobre áreas de preservação das propriedades rurais se prolonga e ameaça afetar a produção agrícola. Reforma no Código Florestal deve ter nova proposta.

Dois em cada dez agricultores que dependem de financiamento para produzir correm o risco de ter o acesso ao crédito agrícola cortado neste ano por não averbarem a reserva legal, estima a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Adiado anualmente desde 2009, o prazo para averbação vence em 11 de junho, mas boa parte dos produtores não pretende cumprir essa exigência, à espera de uma reforma no Código Florestal a partir de março. A legislação veda o financiamento com recursos públicos a áreas irregulares. No Paraná, dois terços dos proprietários não fizeram averbação.
O embate sobre a reserva florestal legal, que opõe ambientalistas e produtores continuamente desde a década de 90, passa a afetar a produção depois de um ano de discussões mas sem mudanças práticas. No campo, a regularização também está travada e custa caro.
Quem corre para cumprir o prazo da averbação, acreditando que não haverá redução no porcentual da terra a ser destinado à reserva legal (20% no Sul e na maior parte do país), esbarra na falta de profissionais qualificados e nos reajustes do preço da medição. No Sul do Paraná, por exemplo, preparar os dados para averbar a reserva custa duas sacas de soja por hectare (perto de R$ 100), reclama o presidente do Sindicato Rural da Lapa, Eliseu Weinhardt. “Isso sem contar as taxas, que dependem do tamanho da propriedade.”
O Banco do Brasil, principal operador do crédito rural, anunciou que, a partir de 12 de junho, não concederá mais financiamentos a agricultores que não tiverem averbado a reserva legal. A medida já vem sendo tomada por outros bancos no Nordeste, no financiamento a áreas do Cerrado.
A CNA, que brigou pelas prorrogações no prazo para averbação concedidas nos últimos anos, pede pressa ao governo na apresentação de sua proposta para reforma do Código Florestal. A expectativa é que a votação no Congresso comece em março. “Apenas o anúncio de uma redução da área de plantio já gera inflação”, alertou em entrevista coletiva a presidente da CNA, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO).
A proposta do governo depende de acordo entre os Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente e vai disputar aprovação de deputados federais e senadores com aquela apresentada pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) ano passado. O texto assinado por Rebelo foi atacado por legalizar áreas de agricultura consolidada em encostas, várzeas e topos de morro, bem como por permitir a averbação de florestas próximas aos rios, que são de preservação permanente, como reserva legal. A CNA espera que a proposta do Executivo mantenha essas medidas.

Fonte: Caminhos do Campo - 14/02/2011

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Oeste dá a largada na colheita de soja no PR


Produtores aproveitam fim de semana ensolarado para inciar trabalhos de campo. Em área recorde, estado tem potencial para colher a sua maior safra de soja da história. Produção pode ultrapassar 13 milhões de toneladas
Foi dada a largada para a colheita da soja no Paraná. O ponta-pé inicial da safra de verão foi na última sexta-feira na Região Oeste do estado. O fim de semana ensolarado depois de vários dias de chuva permitiu que o agricultor Luiz Mengarda, de Pato Bragado, tirasse suas máquinas do galpão. Os trabalhos evoluem rápido. Em um verão chuvoso de El Niño como este não há tempo a perder. É preciso aproveitar qualquer abertura de sol. A colheitadeira que retira a soja do campo é seguida por uma plantadeira, que joga as sementes do milho que será colhido na metade do ano, conta Cévio, filho de Luiz.
A pressa é para semear a safrinha, mas também para evitar prejuízos na soja. O verão quente e úmido deixou as plantas mais suscetíveis ao ataque de fungos e pode comprometer a qualidade dos grãos colhidos. Na propriedade dos Mengarda, o problema foi a macrofomina, ou podridão cinzenta da raiz. “É uma doença que ataca a raiz das plantas e que não tem como controlar”, explica Cévio. Dependendo da severidade da infestação, pode causar maturação desuniforme da lavoura e até morte prematura das plantas. “Por isso apressamos a colheita. Por causa da macrofomina o ciclo foi antecipado em cerca de 10 dias. A soja que estamos colhendo agora foi plantada no início de outubro.”
Mesmo antecipando a colheita, Cévio relata que nos primeiros talões colhidos, que foram afetados pela doença, haverá redução de 20% a 30% na produtividade da lavoura. “Era soja com potencial para 3,5 mil quilos por hectare. Mas está rendendo apenas 2,5 mil quilos nas primeiras colheitas”, lamenta. Luiz e Cévio Mengarda cultivaram neste verão 484 mil hectares de soja e esperam fechar a temporada com rendimento médio de 3,1 mil quilos por hectare. No ano passado, a produção foi prejudicada pela seca e a produtividade média caiu a 1,2 mil quilos por hectare.
Em todo o Paraná foram cultivados neste ano 4,4 milhões de hectares com soja. O potencial é para recordes 13,1 milhões de toneladas, conforme apurou a Expedição Safra RPC em novembro. As chuvas do final do ano passado permitiram aos produtores antecipar o plantio de verão. A colheita, contudo, começa dentro do prazo normal. Geralmente, os trabalhos de campo da soja, que abrem a temporada de verão, têm início na segunda quinzena de janeiro no estado. A área colhida até agora ainda é pequena e não aparece nas estatísticas oficiais. Em algumas regiões do estado, ainda é preciso esperar por uma pausa nas chuvas para colocar o maquinário no campo.
Produtores temem que o excesso de umidade prejudique o rendimento e a qualidade da safra. “Por enquanto, a grande preocupação é com o feijão, pois a colheita já está em andamento. Mas se continuar chovendo assim daqui para frente o milho e a soja também podem começar a ter problemas”, considera Margorete Demarchi, agrônoma do Deral.
“A chuva já está atrapalhando a safra, principalmente a de milho. Quem plantou mais cedo está tendo problemas. As plantas precisam de sol”, relata Nelson Me­­negatti, presidente do Sindicato Rural de Cascavel (Oeste). Em 45 dias (de 01 de dezembro a 14 de janeiro), a região recebeu cerca de 300 mm de chuva. Os mapas do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Cptec/Inpe) mostram volumes ainda maiores para o extremo Norte do estado, onde as precipitações chegaram a 600 mm no perídodo, 70% a mais que a média. Em anos normais, as chuvas acumulam em média 350 mm entre dezembro e janeiro no Paraná (período de 60 dias).
As previsões para o verão indicam que o clima deve continuar preocupando os agricutores nas próximas semanas. “Ao menos até fevereiro, as precipitações tendem a se manter acima da média no estado.As chuvas serão frequentes, sem períodos mais longos de estiagem”, diz Jonathan Cologna, do Somar Meteorologia. Segundo ele, o El Niño, fenômeno climático que intensifica as chuvas de verão no Sul do país, irá continuar ativo durante todo o primeiro semestre de 2010.


Fonte: Caminhos do Paraná

Show Rural Coopavel 2010 - Cascavel/PR

Brasil está entre os piores em poluição por ozônio

O Brasil está praticamente em último lugar em um ranking elaborado pelas universidade americanas Yale e Columbia em relação à poluição causada pelo ozônio - quanto mais próximo da 1ª posição, menos vezes o país ultrapassou o padrão de qualidade do ar para o poluente.
Atualmente, o ozônio é o poluente que mais preocupa quando o assunto é tratado no Brasil. E o Índice de Desempenho Ambiental 2010 indica que a apreensão tem fundamento. No ranking de 163 países, o Brasil está em 160º lugar - só ganha do Congo, Bolívia e Angola. É a pior posição do País em um total de 25 indicadores.
O Brasil também não se saiu bem no quesito cobertura florestal - ficou na 113ª posição - e em emissões per capita de gases de efeito estufa (143º lugar). A matriz energética limpa, baseada principalmente em hidrelétricas, ajudou o País a obter o 15º lugar "em intensidade de carbono" na área de energia.
Na classificação geral, o Brasil alcançou o 62º lugar, com 63,4 pontos, em um máximo de 100. Na versão anterior, de 2008, o País ficou em uma posição melhor - 35º lugar, com 82,7 pontos, entre 149 países.
Os primeiros colocados no ranking de 2010 são Islândia, Suíça, Costa Rica e Suécia. Eles conseguiram boas notas tanto no controle da poluição quanto na gestão de recursos naturais. Serra Leoa foi o pior colocado.
Muitos dados são de 2007 e 2008 e saíram de instituições como Banco Mundial e Nações Unidas. Alguns dados, porém, são de relatórios nacionais e não tiveram verificação externa. Os pesquisadores avaliam que os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) têm grandes populações e enfrentam problemas como poluição e má gestão. Por isso, precisam elevar investimentos ambientais, ter instituições mais eficientes e garantir a aplicação das leis.
Fonte: Gazeta do Povo

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Brasil com carga total


Sondagem aponta plantio recorde de soja no país, com potencial para 64,64 milhões de toneladas. Milho perde área, mas ganha produtividade. Desempenho está nas mãos do clima.


As apostas foram definidas, e agora a produção só depende do clima. A agricultura brasileira remanejou espaços e tem potencial para superar recordes de 2007/08. Ao final da primeira etapa do levantamento de campo, a Expedição Safra RPC estima que a soja cobre 22,84 milhões de hectares, área 5% maior que a do ciclo passado e sem precendentes no país. O potencial é para 64,64 milhões de toneladas, o maior volume já alcançado nesta cultura.
O milho de verão cobre 8,16 milhões de hectares, área 5% menor que a de um ano atrás, mas pode render 32,96 milhões de toneladas. Considerando uma provável produção de 19,63 milhões de toneladas na 2ª safra, o país pode chegar a 52,59 milhões de toneladas de milho, o segundo maior resultado da história, superado apenas em 2007/08.

As duas culturas, que representam 80% da produção nacional de grãos, devem chegar a 36 milhões de hectares e a 117,22 milhões de toneladas, prevê a Expedição. Durante a sondagem do plantio, técnicos e jornalistas percorreram 21,4 mil quilômetros em 12 estados, do Rio Grande do Sul ao Maranhão, nova fronteira agrícola do país.
As previsões são de produtividade 6,9% melhor na soja e 11,7% melhor no milho, índices que se sustentam não só na ex­­pectativa de um clima me­­lhor, mas também na redução dos custos de produção, principalmente dos fertilizantes, que está permitindo maior investimento em tecnologia. Com área e produtividade maior, a produção da soja tende a crescer 12,3% nesta sa­­fra, na comparação com os nú­­meros da Companhia Nacional de Abas­tecimento (Conab) do ano passado. O milho terá produção 1,88% menor. O incremento de 11,7% na produtividade será quase suficiente para compensar a redução de 12,1% na área de cultivo.
Se o clima colaborar e o de­­sempenho da produção brasileira confirmar as tendências apontadas pela Expedição Safra, o país pode retomar o crescimento in­­terrompido no ciclo anterior e perseguir a meta de 145 milhões de toneladas de grãos. Com um volume total estimado acima de 117 milhões de toneladas, soja e milho darão contribuição decisiva nesse sentido. As maiores safras de soja e milho do Brasil foram de 60 e 58 milhões de toneladas, respectivamente, na temporada 2007/08, quando a safra nacional de grãos apurada pela Conab superou as 144 milhões de toneladas. No ciclo passado, por conta da estiagem que prejudicou a Região Sul, houve um recuo para 135 milhões de toneladas.


Fonte: Caminho do Campo