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terça-feira, 13 de outubro de 2009

Chuva antecipa chegada da ferrugem asiática no Paraná


Benéfica para o plantio antecipado, umidade excessiva cria ambiente ideal para a proliferação do fungo causador da doença e deixa sojicultores em alerta.


As chuvas acima da média que castigam o Paraná desde setembro não prejudicam somente a safra de trigo. A primavera mais úmida que o normal antecipou também a chegada ao estado do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática da soja, . Nesta safra 2009/10, o primeiro foco foi identificado no final de setembro em plantas de soja guaxa (voluntária) na Rodovia do Café, entre Londrina e Cambé, na região Norte. Até então, a ocorrência mais precoce da doença no Paraná havia sido registrada na safra 2005/06, em meados de novembro, também em plantas voluntárias.
Na temporada passada, os primeiros registros de ferrugem em soja guaxa no Paraná ocorreram no início de dezembro. Em lavouras comerciais, a disseminação do fungo só ganhou ritmo no estado em janeiro. “No ano passado, com o tempo mais seco, a doença demorou mais para aparecer. Neste ano, a chuva veio antes e a ferrugem também”, explica Cláudia Godoy, pesquisadora da Embrapa Soja, de Londrina, entidade que coordena o sistema de monitoramento da doença do Consórcio Antiferrugem.

Até o fim da semana passada, ainda não havia registro de ferrugem em lavouras comerciais parananeses. O foco de Londrina era a única ocorrência identificada pelo Consórcio. Ainda assim, a chegada antecipada da doença causa preocupação. “A constatação precoce da ferrugem é bastante preocupante, porque o fungo está no ar à espera do desenvolvimento dos primeiros plantios de soja. A doença está em fase inicial, mas apesar das infecções serem relativamente recentes há abundante esporulação”, relata o pesquisador José Tadashi Yorinori, da Embrapa Soja.
“Os produtores paranaenses devem ficar alertas, principalmente os do Oeste do estado, onde o plantio está mais adiantado”, recomenda Cláudia. Se­­gundo ela, até a semana passada, as plantadeiras já haviam passado por 15% da área prevista para a soja na região. Quando considerado todo o estado, esse índice era de apenas 2%, conforme o Departamento de Economia Ru­­ral (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abaste­­ci­­mento (Seab).
A identificação do primeiro foco da ferrugem asiática da soja no Paraná neste ano aconteceu menos de 15 dias após o encerramento do Vazio Sanitário. A medida que proíbe por 90 dias a permanência de plantas de soja, comercial ou voluntária, no campo é adotada justamente para inibir o ataque antecipado da doença às lavouras.
A detecção precoce da doença no estado neste ano não indica, contudo, que o produtor deixou de fazer a sua parte, garante Maria Celeste Marcondes, da Seab. Ela relata que não foram encontradas lavouras comerciais durante o trabalho de fiscalização do vazio sanitário e que maior parte dos casos de autuação ocorreu em áreas de soja guaxa, germinada voluntariamente no pós-colheita.
Além do Paraná, outro três estados já registram ocorrências da doença nesta safra 2009/10. O primeiro caso foi identificado ainda em agosto em lavouras irrigadas no Tocantins. Em setembro, o fungo foi detectado também nos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul. No total, o Consórcio identificou até agora 11 focos no país, oito em Tocantins e um em Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná, nenhum deles em lavouras comerciais.


Fonte: RPC

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